sábado, 18 de setembro de 2010

57% dos adultos gaúchos estão acima do peso

O Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) do Ministério da Saúde indica que o Rio Grande do Sul ocupa o primeiro lugar no ranking nacional do excesso de peso. Conforme dados coletados ao longo do ano passado pelo sistema informatizado de monitoramento das condições alimentares da população, 57,8% dos gaúchos com idade entre 20 e 60 anos estavam acima do peso recomendado para a altura.
Os números do Sisvan são coletados entre a população atendida em unidades básicas de saúde de todo o país. Os profissionais de saúde registram as informações de peso e altura e repassam os dados para as prefeituras, que abastecem o sistema nacional capaz de emitir relatórios com base em critérios como faixa etária e região do país. No ano passado, foram lançados no Sisvan informações sobre 178,6 mil gaúchos - dos quais 31,8% estavam com sobrepeso, e 26% já eram considerados obesos (índice de massa corporal mais elevado).
Como famílias de maior poder aquisitivo costumam procurar atendimento na rede particular, acredita-se que a situação real pode ser ainda mais grave. Diferenças no padrão de alimentação dos gaúchos em relação ao resto do país podem ajudar a explicar esse desempenho.
Conforme dados de uma pesquisa do IBGE com dados referentes ao período 2002/2003 (último período disponível), os gaúchos consumiam ao longo de um ano 42 quilos de cereais e leguminosas - classes de produtos considerados saudáveis e que incluem o tradicional feijão com arroz. Essa quantidade deixa os gaúchos em um acanhado 15º lugar no ranking dos Estados e seis quilos abaixo da média do país.
Campeões na hora dos doces
Em compensação, a mesma tabela indica que o Rio Grande do Sul fica na primeira posição do ranking de consumo de doces e produtos de confeitaria, com 3,8 quilos, e de ingestão de refrigerantes, com 38,9 litros.
- Na última década, aumentou muito o consumo como biscoitos, balas. Além disso, temos uma ascendência das classes C e D, que passaram a consumir mais produtos industrializados e calóricos - avalia o professor do Instituto de Ciência e Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Julio Alberto Nitzke.
Conforme o coordenador da Política de Alimentação e Nutrição da Secretaria Estadual da Saúde, Paulo Henkin, o Estado procura monitorar o nível de sobrepeso da população e propor ações de educação alimentar por meio das 19 coordenadorias regionais de saúde a fim de evitar uma epidemia calórica.


Fonte: Zero Hora

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