quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Dia 31 de agosto: dia do Nutricionista

Por que Deus criou os Nutricionistas??

E Deus povoou a Terra com brócolis e couve-flor, espinafre, milho e hortaliças de todas as espécies para que o homem e a mulher pudessem viver longas e saudáveis vidas.

E Satanás criou o Mc Donald's e a promoção de dois BigMacs a cinco reais.

E Satanás disse ao Homem: Queres as batatas fritas com quê?

E o homem disse: Na promoção, com Coca-cola, catchup e mostarda.

E o homem engordou cinco quilos.

E Deus criou o iogurte saudável, para que a mulher pudesse manter a forma esbelta de que o homem tanto gostava.

E Satanás criou o chocolate. E a Mulher engordou cinco quilos.

E Deus disse: Experimentem a minha salada

E Satanás disse: Coloquem mussarela de búfala, frutas doces e maionese. Fica uma delícia.

E a Mulher engordou 10kg.

E Deus disse: Enviei-vos bons e saudáveis vegetais e o azeite para que vos possam cozinhar.

E Satanás inventou a gordura hidrogenada, a galinha frita e o peixe frito.

E o homem ganhou dez quilos e os níveis de colesterol bateram no teto.

E Deus criou os sapatos de corrida, e o homem perdeu aqueles quilos extras.

E Satanás criou a televisão a cabo com controle remoto para que o homem não tivesse de se levantar para mudar de canal.

E o homem ganhou mais vinte quilos.

E o homem teve um ataque cardíaco.

E Deus criou a intervenção cirúrgica cardíaca.

E Satanás criou o sistema de saúde brasileiro...

Mas Deus salvou o homem lhe dando nova chance...

nomeou seus representantes e os mandou para a terra...

E aí chegaram os nutricionistas...

Feliz dia do Nutricionista à todos =D

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Doença Celíaca

Muitas pessoas têm alergia a algum tipo de alimento, geralmente corantes, ou ao leite, por exemplo. Pense então, em uma intolerância a um produto que está presente em vários alimentos, os mais comuns em nosso dia a dia, como pão, macarrão, biscoitos, bolos e mingaus. Pois bem, esta é a doença celíaca.














Você sabe o que é Doença Celíaca?
Doença celíaca é caracterizada por uma intolerância ao glúten. Para uma pessoa apresentar intolerância ao glúten, ela precisa de dois fatores:
1. predisposição genética, isto é, nascer com chance de desenvolver esta doença;
2. comer alimentos que contenham glúten. Esta intolerância é para a vida toda e acontece, principalmente, por que, nestas pessoas, o glúten danifica o intestino delgado e com isso prejudica a absorção dos nutrientes presentes nos alimentos.

O que é o glúten?
É o nome dado à proteína presente no trigo, no centeio e no sub produto da cevada, o malte. A parte tóxica do glúten para o celíaco é chamada de prolamina, e corresponde a 50% da proteína do glúten.

Quais os principais sintomas da Doença Celíaca?
Os sintomas podem surgir em qualquer idade. Os alimentos com glúten, em geral, são introduzidos na dieta da criança a partir dos 6 meses. Depois de meses ou anos após esta introdução, os sintomas da doença celíaca se iniciam e podem variar de pessoa para pessoa. Assim, o indivíduo com DC pode apresentar apenas um único sintoma ou vários, como:

- Forma clássica: diarréia crônica, que dura mais de 30 dias, dor de barriga, barriga inchada, humor alterado (irritabilidade ou apatia), perda de apetite, desnutrição, anemia, vômitos, emagrecimento ou pouco ganho de peso, atraso no crescimento.

- Forma atípica: osteoporose, manchas nos dentes, dor nas juntas ou inflamação nas juntas (artrite), intestino preso, ciclo menstrual irregular, esterilidade, aborto espontâneo de repetição, epilepsia, neuropatia periférica, doença muscular, problemas psiquiátricos como depressão e esquizofrenia, autismo e aftas.

Como se faz o diagnóstico da Doença Celíaca?
Através de um exame de sangue específico. Se o exame de sangue der alterado deve ser feita uma biópsia de intestino delgado. Atualmente, é absolutamente necessária a realização da biópsia para confirmar o diagnóstico de doença celíaca.

IMPORTANTE: Não se deve iniciar uma dieta isenta de glúten sem a confirmação de doença celíaca.

Tratamento:
O único tratamento conhecido até o momento é a dieta totalmente sem glúten de forma permanente. Ou seja, o tratamento está na alimentação.

A dieta totalmente sem glúten é importante pois, além de ocasionar o desaparecimento completo dos sintomas e de melhorar a qualidade de vida, evita a ocorrência de complicações, como: osteoporose, ocorrência de doenças auto -imunes e doenças malignas como linfoma.

A sensibilidade ao glúten varia de celíaco para celíaco, ou seja, existem pessoas que logo após comerem alimentos com glúten apresentam sintomas, enquanto que outras pessoas mesmo comendo alimentos com glúten não têm sintomas. Isso não quer dizer que uma pessoa seja mais celíaca do que a outra. Embora alguns celíacos não apresentem sintomas após comer alimentos com glúten, o intestino dela está sendo agredido após este consumo.

Apesar dos benefícios da dieta, seguir uma dieta totalmente sem glúten não é fácil. Isto porque a pessoa deve modificar sua rotina alimentar uma vez que o consumo de alimentos com glúten é muito frequente.

A necessidade cotidiana de uma alimentação fora de casa, carente de opções seguras e o desconhecimento da doença por parte dos donos de estabelecimentos como: bares, restaurantes, hotéis, escolas, cozinhas, etc, é outro grande desafio para quem precisa fazer a dieta.

Outra causa importante que contribui para a não obediência da dieta é a descrença de parentes e amigos que acham que “só um pouquinho” de glúten não faz mal.

Alimentos permitidos na dieta livre de glúten:
CEREAIS: arroz, milho, quinoa, amaranto;
FARINHAS E FÉCULAS: farinha de arroz, amido de milho, fubá, farinha de mandioca, fécula de batata, farinha de soja, polvilho, flocos de arroz e milho;
MASSAS: feitas com as farinhas permitidas;


IMPORTANTE: a dieta deve ser totalmente sem glúten. E é indispensável o acompanhamento com médico e nutricionista.

Fique de olho aqui no Blog. Na próxima semana vou postar algumas receitas livres de glúten, além de algumas dicas para o preparo de alimentos para celíacos.

REFERÊNCIA: Guia Orientador para Celíacos. FENACELBRA – Federação Nacional das Associações de Celíacos no Brasil

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A alimentação como fator de proteção ao câncer

Nossos genes se constituíram há muitas centenas de milhares de anos, na época em que éramos caçadores e colhedores. Eles se adaptaram ao meio ambiente de nossos ancestrais, e especialmente às suas fontes de alimentos. Só que nossos genes evoluíram muito pouco 1 e, hoje como ontem, nossa fisiologia espera uma alimentação semelhante à que tínhamos quando comíamos os produtos da caça e da colheita: muitos legumes e frutas, de tempos em tempos algumas carnes ou ovos de animais selvagens, um equilíbrio perfeito entre os ácidos graxos essenciais (ômega -6 e ômega 3) e muito pouco açúcar ou farinha (a única fonte de açúcar refinado para nossos ancestrais era o mel, sendo que eles não consumiam cereais).

Hoje, os estudos nutricionais ocidentais revelam que 56% de nossas calorias provêm de três fontes que não existiam no momento em que nossos genes se desenvolveram 2:
- os açúcares refinados (açúcar de cana, de beterraba, de xarope de milho, de frutose, etc.
- as farinhas brancas (pão branco, massas brancas, arroz branco, etc.);
- os óleos vegetais (soja, girassol, milho, óleos hidrogenados).

Contudo, essas três fontes não contêm nenhuma proteína, nenhuma vitamina, nenhum dos minerais, nenhum dos ácidos graxos ômega – 3 essenciais ás funções do organismo. Por outro lado, parece que de fato elas alimentam diretamente o crescimento de um tumor de câncer.

No entanto uma série de alimentos se consumidos regularmente e numa quantidade adequada podem prevenir ou até mesmo auxiliar as pessoas em quimioterapia a vencer os tumores. São eles:

- Chá verde
Rico em polifenóis como as catequinas, particularmente a epigalocatequina – 3 – galato (EGCG), que reduz o crescimento de novos vasos necessários ao crescimento dos tumores e metástases. É também um poderoso antioxidante, desintoxicador (ativas as enzimas do fígado que eliminam as toxinas do organismo) e um facilitador da morte das células cancerosas por apoptose.

A liberação das catequinas necessita de uma infusão prolongada, pelo menos cinco a oito minutos, de preferência dez minutos.

Utilização recomendada: macerar 2g de chá verde durante dez minutos em um bule de chá e consumir na próxima hora (se passar deste tempo os polifenóis desaparecem). É recomendável de 3 a 6 xícaras por dia. 3

- Gengibre:
A raiz de gengibre age também como poderoso antiinflamatório, antioxidante (mais eficaz, por exemplo, do que a vitamina E) e contra certas células cancerosas.
Uma infusão de gengibre pode ser utilizada para reduzir a náusea que acompanha a quimioterapia ou a radioterapia.

- Legumes crucíferos:
As couves (de bruxelas, chinesa, brócolis, couve –flor, etc.) contêm sulforafane, glucisinolatos e índole -3 – carbinol (I3C), que são poderosas moléculas anticâncer. O sulforafane e os I3C têm a capacidade de desintoxicar certos cancerígenos. Eles impedem a evolução de células cancerosas em tumores malignos. Agem também favorecendo o suicídio das células cancerosas. 4, 5, 6.

A melhor maneira de cozinhar estes vegetais é colocá-los em água já fervente, pelo tempo de aproximadamente 3 minutos e com a panela destampada para que não percam suas propriedades e realcem sua cor.

-Alho, cebola, alho – poro e cebolinha:
Os compostos sulfúreos dessa família (os “aliáceos”) reduzem em parte os efeitos cancerígenos das nitrosaminas e compostos N – nitroso que se formam sobre as carnes excessivamente grelhadas, ou durante a combustão do tabaco. Induzem a apoptose (morte) das células do câncer de cólon, de mama, de pulmão, de próstata e da leucemia. Os estudos epidemiológicos sugerem uma redução dos cânceres de rim e próstata nas pessoas que mais o consomem.

Observação: as moléculas ativas do alho são liberadas durante o esmagamento dos dentes e são mais bem absorvidas se forem diluídas em um pouco de óleo.

- Legumes e frutas ricos em caroteno:
Cenoura, batata –doce, diferentes tipos de abóbora, caqui, damasco. Eles possuem vitamina A, que têm capacidade comprovada de inibir a progressão de células cancerosas de diversas linhagens, algumas das mais agressivas.


- Tomate:
O licopeno do tomate está associado a um aumento da sobrevida de homens com câncer de próstata que fazem pelo menos duas refeições por semana com molho de tomate. 7

O licopeno estimula a multiplicação das células do sistema imunológico e aumenta sua capacidade de atacar as células tumorais.

Atenção: para tornar o licopeno disponível, é preciso que os tomates sejam cozidos (como no molho de tomate, sendo que sua absorção melhora com as gorduras (como o azeite de oliva extra virgem)).

- Cogumelos:
Os cogumelos shitake, maitake, enokitake, cremini, portobello, champigon de Paris e pleurotes (ou cogumelos ostra) possuem lentinan, que estimula a multiplicação e a atividade das células imunológicas. São frequentemente utilizados no Japão como acompanhamento da quimioterapia para apoiar o sistema imunológico.

- Ervas e condimentos:
As ervas de cozinha, como o alecrim, o tomilho, o orégano, o manjericão e a hortelã, são muito ricas em óleos essenciais (aos quais elas devem o sabor) da família dos terpenos.

Elas aumentam a apoptose (morte) das células cancerosas e reduzem sua proliferação, bloqueando as enzimas necessárias à invasão dos tecidos vizinhos.

O carnosol do alecrim é também um poderoso antioxidante e antiinflamatório. Sua capacidade de aumentar a eficácia de certas quimioterapias está demonstrada, inclusive em linhagens de células cancerosas que se tornam resistentes ao tratamento.

A salsa e o aipo contêm epigenina, que é antiinflamatória e induz a apoptose de células cancerígenas.


- Frutas vermelhas:
Morango, framboesa, mirtilo e amora contêm ácido elágico e múltiplos polifenóis. Eles estimulam os mecanismos de eliminação dos cancerígenos. As antiocianidinas e proantocianidias facilitam também a apoptose das células cancerosas.

- Frutas cítricas:
Laranja, tangeria, limão contêm flavonóides antiinflamatórios. Eles estimulam também a intoxicação dos cancerígenos pelo fígado.

- Vinho tinto:
O vinho tinto contém numeroso polifenóis dentre os quais o famoso resveratrol. Como esses polifenóis são extraídos por fermentação, sua concentração é mais importante no vinho do que no suco de uva. Como provêm da casca e das sementes da uva, eles estão muito menos presentes no vinho branco.

O resveratrol age sobre os genes conhecidos por proteger as células sadias do envelhecimento (sirtuins). Tem também a capacidade de retardar as três etapas da progressão do câncer – iniciação, promoção e progressão – bloqueando a ação do NF – kappa B. 8,9

Dose recomendada: esses resultados são observados com concentrações comparáveis às obtidas pelo consumo de um copo de vinho tinto por dia (um consumo diário superior não é recomendado, pois provoca, de acordo com algumas pesquisas, um aumento de cânceres).

-Chocolate amargo:
O chocolate amargo (mais de 70% de cacau) contém numerosos antioxidantes, proantocianidias e muitos polifenóis (um pedaço de chocolate contém duas vezes mais destas substâncias do que um copo de vinho tinto e quase a mesma quantidade do que uma xícara de chá verde em infusão). Essas moléculas retardam o crescimento das células cancerosas e limitam a angiogenêse.

ATENÇÃO: a mistura do chocolate e do leite anula os efeitos benéficos das moléculas contidas no cacau.

- Vitamina D:
A vitamina D é fabricada pela pele durante a exposição ao sol. Sabe-se hoje em dia que um aporte suficiente de vitamina D reduz consideravelmente o risco de desenvolver diversos cânceres diferentes. 10 Vinte minutos de exposição ao sol de meio dia sob a maior parte do corpo, já seria suficiente para uma adequada produção de vitamina D (mas atenção aos perigos da superexposição).


- Ômega -3:

Os ômega -3 de longa cadeia presentes nos peixes gordos (ou nos óleos de peixe de boa qualidade) reduzem a inflamação. Em cultura, retardam o crescimento das células cancerosas de um amplo leque de tumores (pulmão, mama, cólon, próstata, rim, etc.).

Agem também reduzindo a disseminação de tumores sob a forma de metástases. Numerosos estudos em seres humanos mostram que o risco de diversos cânceres (cólon, mama, próstata, ovário) é consideravelmente reduzido em pessoas que comem peixe pelo menos duas vezes por semana. 11, 12

As sementes de linhaça são ricas em ômega -3 vegetais (de “cadeia curta”) e em lignanas. Esses fitoestrógenos reduzem a atividade nefasta dos hormônios sobre o crescimento do câncer e talvez também sobre a angiogênese. Em um estudo recente de Duke, o consumo diário de 30g de sementes de linhaça moídas retarda o crescimento dos tumores de prostátata de 30 a 40%. 13


- Probióticos:

O intestino contém normalmente bactérias “amigas” que participam de forma útil da digestão e da regularidade do trânsito intestinal. Também desempenham um papel importante no equilíbrio do sistema imunológico. Dentre as mais comuns, encontram-se o Lactobacillus dophillus e o Lactobacillus bifidus.

Foi demonstrado que os probióticos inibem o crescimento das células cancerosas do cólon. A aceleração do trânsito intestinal reduz também o risco de câncer de cólon ao limitar o tempo de exposição do intestino aos cancerígenos trazidos pela alimentação. Os probióticos desempenham também um papel de desintoxicação. 14 Os iogurtes com probióticos são uma boa fonte.

E certos alimentos são pré – bióticos, ou seja, eles contêm polímeros de frutose que estimulam o crescimento das bactérias probióticas. Trata-se do alho, cebola, do tomate, do aspargo, da banana e do trigo.



REFERÊNCIAS:
1. Eaton SB, Konner M. Paleolithic nutrition. A consideration of its nature current implications. New England Journal of Medicine 1985; 312 (5): 283-9.

2. Cordain L, Eaton S, Sebastiab A et al. Origins and evolution of the Western diet: health implications for the 21 st century. American Journal of Clinical Nutrition. 2005; 81 (2): 341- 54.

3. Servan- Schreiber, David. Anticâncer: Prevenir e vencer usando nossas defesas pessoais. 1º ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008.

4. Cover CM, Hsieh SJ, Cram EJ et al. Índole -3- carbinol and Tamoxifen cooperate to arrest the cell cycle of MCF -7 human breast câncer cells. Cancer Research. 1999; 59 (6): 1244 – 51.

5. Jaga K, Duvvi H. Risk reduction for DDT toxicity and carcinogenesis through dietary modification. Journal of the Royal Society of Health 2011. 121 (2): 107 -13.
6. Gamet – Payrastre L, Li P, Lumeau S et al. Sulforaphane, a naturally occurring colon cancer cells. Cancer Res 2000; 60 (5): 1426 -33.

7. Chan JM, Holick CN, Leitzmann MF et al. Diet after diagnosis and the risk of prostate cancer progression, recurrence, and death (United States). Cancer Causes & Control. 2006. 17 (2): 199 – 208.

8. Kaeberlein M, Mc Donagh T, Heltweg B et al. Substrate – specific activation of sirtuins by resveratrol. J. Biol Chezm. 2005; 280 (17): 1738 -45.

9. Manna SK, Mukhopadhyay A, Aggarwal BB. Resveratrol suppresses TNF – induced activation of nuclear transcription factors NF – [kappa] B, activator protein -1, and apoptosis: potential role of reactive oxygen intermediates and lipid peroxidation. J. Immnunol. 2000; 164 (12): 6509- 19.

10. Lappe JM, Travers – Gustafson K, Davies KM, Recker RR, Heaney RP. Vitamin D and calcium supplementation reduces cancer risk: results of a randomized trial. American Journal of Clinical Nutrition. 2007; 85; 1586 91.

11. Gago – Dominguez M, Yuan J, Sun C, Lee H, Yu M. Opposing effects of dietary n -3 and n -6 fatty acids on mammary carcinogenesis; The Singapore Chinese health study. British Journal of Cancer. 2003; 89 (9): 1686 -92.

12. Terry P, Lichtenstein P, Feychting M, Ahlbom A, Wolk A. Fatty fish consumption and risk of prostate cancer. The Lancet 2001; 357 (9270): 1764- 6.

13. Flaxseed stunts the growth of prostate tumors. DukeMedNews. 2007.

14. Wollowski I, Rechkemmer G, Pool – Zobel BL. Protective role of probiotics and prebiotics in colon cancer. Am J Clin Nutr. 2001; 73 (2): 451S -5.


segunda-feira, 1 de agosto de 2011

1º de agosto: Dia Mundial da Amamentação: Saiba mais sobre o início da amamentação























Os primeiros 14 dias após o parto são cruciais para a amamentação bem sucedida, pois é nesse período que a lactação se estabelece, além de ser um período de intenso aprendizado para a mãe e o bebê.

A amamentação deve ser iniciada tão logo quanto possível, de preferência na primeira hora após o parto. A sucção espontânea do recém-nascido pode não ocorrer antes de 45 minutos a 2 horas após o parto, porém o contato pele-a-pele imediatamente após o parto é muito importante. Contato precoce com a mãe está associado com maior duração da amamentação, melhor interação mãe-bebê, melhor controle da temperatura do recém-nascido, níveis mais altos de glicose e menos choro do bebê. Além disso, sucção precoce da mama pode reduzir o risco de hemorragia pós-parto, ao liberar ocitocina, e de icterícia (amarelão) no recém-nascido, por aumentar a motilidade gastrintestinal.

O aleitamento materno sob livre demanda deve ser encorajado, pois faz parte do comportamento normal do recém-nascido mamar com freqüência, sem regularidade quanto a horários. Aleitamento materno sem restrições diminui a perda de peso inicial do recém-nascido, favorece a recuperação mais rápida do peso de nascimento, promove uma “descida do leite” mais rápida, aumenta a duração do aleitamento materno, estabiliza os níveis de glicose do recém-nascido, diminui a incidência de hiperbilirrubinemia e previne ingurgitamento mamário (mamas endurecidas).

O tempo de permanência na mama em cada mamada também não deve ser estabelecido, uma vez que a habilidade do bebê em esvaziar a mama varia entre as crianças e, numa mesma criança, pode variar ao longo do dia dependendo das circunstâncias. É importante que a criança esvazie a mama, pois o leite do final da mamada - leite posterior - contém mais calorias e sacia a criança.

Os suplementos (água, chás, outros leites) devem ser evitados, pois há evidências de que o seu uso está associado com desmame precoce. Não está muito claro se os suplementos interferem no comportamento alimentar da criança, se o seu uso diminui a confiança da mãe, ou ainda se é um marcador de alguma dificuldade relacionada ao aleitamento materno. De qualquer maneira, as mães que amamentam necessitam de pessoas treinadas para ajudá-las a prevenir e/ ou superar dificuldades, evitando dessa maneira o uso de suplementos e seus possíveis efeitos deletérios. É claro que o uso de suplementos muitas vezes se faz necessário por indicação médica. Sempre que possível e disponível, na ausência de leite materno, deve-se utilizar leite humano pasteurizado, de banco de leite humano. O uso de copinho para oferecer suplementos à criança pequena, inclusive para recém-nascidos pré-termo (prematuro), tem sido preconizado pela OMS. A mamadeira, além de ser uma importante fonte de contaminação da criança, pode ter um efeito negativo sobre o aleitamento materno. Tem sido observado que algumas crianças desenvolvem preferência por bicos de mamadeira, apresentando uma maior dificuldade para amamentar ao seio. Alguns autores acreditam que a diferença entre as técnicas de sucção da mama e dos bicos artificiais possa levar à “confusão de sucção”.

O uso de chupeta também tem sido desaconselhado pela possibilidade de interferir com o aleitamento materno. Crianças que chupam chupetas em geral são amamentadas menos frequentemente, o que pode prejudicar a produção de leite. Embora não haja dúvidas quanto à associação entre uso de chupeta e períodos mais curtos de amamentação, não está bem estabelecido o efeito direto do uso da chupeta sobre a duração da amamentação. É possível que o uso da chupeta seja um sinal de que a mãe deseje parar de amamentar - os bicos reduzem a necessidade do bebê de ser amamentado - ao invés de causar a interrupção da amamentação, especialmente em mães com dificuldades no aleitamento materno e com autoconfiança baixa.

Embora o papel dos bicos de mamadeiras e chupetas como obstáculos à amamentação não esteja claramente definido, tem sido recomendado evitar exposição desnecessária dos recém-nascidos a esses potenciais fatores de risco, a fim de garantir uma amamentação bem sucedida.

Ao contrário do que ocorre com os demais mamíferos, a amamentação da espécie humana não é um ato puramente instintivo. Mães e bebês precisam aprender a amamentar e ser amamentados. Esse aprendizado, que antes era facilitado pelas mulheres mais experientes da família extensiva, hoje depende em grande parte dos profissionais de saúde.

Hoje se sabe que a técnica da amamentação é importante para a transferência efetiva do leite da mama para a criança e para prevenir dor e trauma dos mamilos. Por isso, é indispensável que a mãe seja orientada quanto à técnica de amamentação já no período pré-natal, de preferência, ou logo após o parto. Nenhuma dupla mãe/ bebê deve deixar a maternidade sem que pelo menos uma mamada seja observada criteriosamente. A avaliação de uma mamada indica se a mãe precisa de ajuda e que tipo de ajuda.

Para saber se a amamentação está acontecendo de maneira correta, os seguintes itens devem ser observados:
– Roupas da mãe e do bebê adequadas, sem restringir movimentos. As mamas devem estar completamente expostas e o bebê deve estar vestido de maneira que os braços fiquem livres (não deve estar enrolado).

– A mãe deve estar confortavelmente posicionada, relaxada, bem apoiada, não curvada para trás nem para frente. O apoio dos pés acima do nível do chão é aconselhável.

– O corpo do bebê deve estar próximo, todo voltado para a mãe, tórax com tórax. Uma das regras básicas de uma boa técnica de amamentação é manter corpo e cabeça do bebê alinhados.
– O braço inferior do bebê deve estar posicionado ao redor da cintura da mãe, de maneira que não fique entre o corpo do bebê e o corpo da mãe.

– A mãe deve segurar a mama formando um C com o dedo polegar colocado na parte superior e os outros quatro dedos na parte inferior, tendo o cuidado de deixar a aréola livre. Os dedos não devem ser colocados em forma de tesoura, interpondo-se entre a boca do bebê e a aréola.

– A cabeça do bebê deve estar no mesmo nível da mama, com a boca centrada em frente ao mamilo. É sempre útil lembrar a mãe que é o bebê que vai à mama e não a mama que vai ao bebê.

– Na hora de colocar o bebê para sugar, a mãe deve estimular o lábio inferior do bebê com o mamilo para que ele, por reflexo, abra bem a boca e abaixe a língua.

– O bebê deve abocanhar, além do mamilo, parte da aréola (aproximadamente 2cm além do mamilo).

– O queixo do bebê deve tocar a mama.

– O bebê deve manter a boca bem aberta colada na mama, sem apertar os lábios.

Os seguintes sinais são indicativos de técnica incorreta de amamentação:
– Bochechas do bebê encovadas a cada sucção.
– Ruídos da língua; a deglutição, entretanto, pode ser barulhenta.
– Mama aparentando estar esticada ou deformada durante a mamada.
– Mamilos com estrias vermelhas ou áreas esbranquiçadas ou achatadas quando o bebê larga a mama.
– Dor na amamentação.

Bibliografia: GIUGLIANI, Elsa R.J. O aleitamento materno na prática clínica. J Pediatr (Rio J) 2000; 76 (Supl.3): S238-52