segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A fome ainda é um problema no Brasil?

Os dados mais recentes que temos disponíveis sobre o estado nutricional da população brasileira são da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) divulgada em 2010. Os resultados que mais chamaram a atenção foram aqueles que confirmaram que nossa população vem aumentando de peso de maneira preocupante. Esta tendência vem sendo observada desde 1989 quando, pela primeira vez, pudemos constatar a tendência de queda da desnutrição e o início da escalada do excesso de peso.

Um país historicamente acostumado com dados alarmantes de fome e desnutrição olhou com desconfiança para estes primeiros resultados. No entanto, o excesso de peso e a obesidade estão inexoravelmente nas ruas, nas filas dos serviços de saúde, complicando em diabetes, hipertensão e outras doenças, comprometendo a qualidade de vida presente e futura de crianças ainda muito jovens, adolescentes, adultos, homens e mulheres de norte a sul.

Este excesso de peso vem carimbado pela má qualidade da nossa alimentação, consequência de um sistema alimentar cruel que faz um copo de suco custar mais caro do que um litro de refrigerante.

Se a primeira análise esses resultados nos levam a priorizar a agenda de prevenção e combate ao excesso de peso, algumas considerações são necessárias. É realmente inegável que promover a alimentação saudável é urgente e inadiável para que o alimento seja um fator de proteção, e não de risco à nossa saúde. No entanto, a análise mais detalhada dos resultados revela um outro Brasil, ainda vinculado à fome e a desnutrição.

Se a queda na desnutrição infantil em nível nacional fez com que o Brasil alcançasse antecipadamente a meta dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) relacionada ao combate à fome, ainda encontramos desigualdades regionais. Entre 1989 e 2006, enquanto a região Nordeste foi a que mais avançou na redução da desnutrição entre crianças (de 32,9% de redução para 5,8% no déficit de estatura e de 9,6% para 2,2% no déficit de peso), a região Norte apresentou reduções menores e atualmente possui as maiores prevalências no país, principalmente em relação à desnutrição crônica (déficit de altura para idade), que é mais do que duas vezes a média nacional (14,7% contra 6,7%).

Há ainda desigualdades relacionadas à renda e aos fatores etnorraciais. As faixas de menor renda apresentaram redução muito acentuada nos indicadores de desnutrição. Contudo, a diferença das prevalências de baixa estatura para idade entre o quintil mais rico e o mais pobre ainda é duas vezes e meia maior entre a população de menor renda.

Os poucos dados que existem em relação aos diferentes grupos etnorraciais também indicam iniquidades: o déficit de altura para idade entre crianças indígenas em 2008 -2009 era de 26% contra 6,7% da população como um todo. Para o mesmo indicador, entre as comunidades tradicionais, as crianças quilombolas apresentaram, em 2006, prevalência de 15% de déficit de estatura para a idade.

Resultados do Sistema Nacional de Vigilância Alimentar e Nutricional do Ministério da Saúde, que acompanha a população atendida pelo SUS em geral e as famílias que recebem o Programa Bolsa Família, mostram que a pior situação nutricional é a das crianças de famílias de menor renda e, particularmente, das crianças negras e pardas, grupo em que as prevalências de baixo peso e de baixa altura para idade (5,1% e 16%, respectivamente) são superiores às das crianças brancas (3,5% e 11,1%, respectivamente).

Considerando os princípios do direito humano à alimentação adequada de atendimento prioritário aos mais vulneráveis e participação ativa e informada dos titulares de direito, estes resultados, que demonstraram a persistência de nossa dívida social, demandam ações públicas específicas, que considerem as características da determinação da situação alimentar e nutricional destes grupos e que nos levem a uma situação de maior equidade.

FONTE: Revista do Conselho Federal de Nutricionistas, nº 34, 2011, pág. 10

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Publicidade e autopromoção de nutricionista podem gerar punição

Nos últimos anos, o aumento da obesidade em caráter epidêmico tem estimulado campanhas sobre saúde e bem –estar. Diante desse problema, a sociedade está em busca de informações sobre alimentação saudável e sobre a forma mais rápida para emagrecer.

Atentas ao lucro deste segmento promissor, empresas que trabalham com gêneros alimentícios investem na publicidade voltada para o consumo de diversos alimentos e propagam benefícios supostamente inéditos e certeiros. Na mídia em geral, empresários associam a imagem de profissionais da saúde a seus produtos como forma de promovê-los e aumentar suas vendas.

Alerta

Com relação a propaganda de alimentos, o CFN (Conselho Federal de Nutricionistas) alerta aos nutricionistas para o que determina o Código de Ética da categoria (Resolução CFN nº 334, de 2004). O capítulo XII, art.22, inciso III, veda ao nutricionista valer-se da profissão para manifestar preferência ou para divulgar ou permitir a divulgação, em qualquer tipo de mídia, de marcas de produtos ou nomes de empresas ligadas às atividades de alimentação e nutrição.

Internet
O uso da Internet para a divulgação de consultas on-line também é vedado pelo Código de Ética do Nutricionista. O artigo 7º, inciso XVII, é claro ao afirmar que no contexto das responsabilidades profissionais do nutricionista é proibido “realizar consultas e diagnósticos nutricionais, bem como prescrição dietética, através da Internet ou qualquer outro meio de comunicação que configure atendimento não presencial”.

O código vai além, ao proibir as promoções nos sites de compras coletivas com descontos em tratamentos, como vêm fazendo alguns nutricionistas. Nesses casos, o profissional utiliza a publicidade para a autopromoção. Essa conduta viola dois artigos do código, o 18º e o 22º.

O nutricionista tem o dever de contribuir para a saúde do indivíduo e da coletividade e pode usar os meios de comunicação para orientá-los sobre alimentação adequada e saudável. Assim, exerce seu papel de educador sem a quebra do decoro profissional, assumindo inteira responsabilidade pelas informações prestadas.

FONTE: Revista do Conselho Federal de Nutricionistas, nº 34 -2011, pág. 13

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Receitas sem glúten

Conforme prometido, algumas receitas sem glúten.

Pastel de Carne
Ingredientes
Massa:

1 xícara (chá) de farinha de milho em flocos
1 xícara (chá) de farinha de mandioca crua
1 xícara (chá) de água fervente
1 ovo e 1 gema
1 col (chá) de sal
Recheio:
300g de carne moída
2 dentes de alho picados
2 col (sopa) de cebola picada
1 ovo cozido picado
12 azeitonas verdes picadas
2 col (sopa) de salsa picada
2 tomates
sal e pimenta à gosto

Preparo:
Passe os flocos de milho por uma peneira e misture à farinha de mandioca e o sal. Acrescente a gema e o ovo, misture e acrescente a água e amasse por 5 minutos. Embrulhe em filme plástico e deixe repousar por 15 minutos.
Refogue a carne e coloque os outros ingredientes.
Polvilhe a mesa com farinha de mandioca e abra a massa, monte os pastéis e frite-os em óleo quente por 4 minutos.

Pizza de arroz
Ingredientes:
Bater no liquidificador:

2 xícaras (chá) de arroz cozido
1 xícara (chá) de leite
½ xícara (chá) de óleo
2 ovos
2 col (sopa) de queijo ralado)
Sal à gosto

Preparo:
Despeje em uma forma untada e polvilhe com fubá.
Forno pré – aquecido por aproximadamente 20 minutos. Depois de assada cubra com molho de tomate e fatias de queijo mussarela. Leve novamente ao forno para derreter o queijo.

Torta salgada sem lactose
Ingredientes:

3 ovos
1 xícara de óleo
1 vidro pequeno de leite de coco ou água (200 ml)
1 xícara e ½ (chá) de farinha de arroz
1 xícara (chá) de amido de milho
2 col (sopa) de fermento em pó
sal a gosto

Recheio:
2 latas de sardinha ou atum
1 tomate picado
2 ovos cozidos picados
½ xícara (chá) de azeitonas verdes picadas
cheiro verde

Preparo:
Massa:

Bata os ingredientes no liquidificador até obter uma massa homogênea

Recheio:
Amasse as sardinhas e misture com o resto dos ingredientes. Montagem: em uma forma untada coloque metade da massa, o recheio e o restante da massa. Pode salpicar orégano. Assar em forno pré – aquecido.

Pão de polvilho com gergelim (sem lactose)
Ingredientes:

3 ovos
2 copos de polvilho doce (copo de 250 ml)
½ copo de óleo
½ copo de água
1 col (sopa) de fermento em pó
2 col (sopa) de gergelim
sal a gosto

Opcional: 50g de queijo ralado (para quem pode ingerir leite)

Modo de preparo:

Bata tudo no liquidificador, menos o fermento em pó e o gergelim. Se for necessário, coloque um pouco mais de água. Quando a massa estiver homogênea, desligue o liquidificador e acrescente o fermento e o gergelim e mexa delicadamente com uma espátula. Unte uma forma para pão e coloque a massa. Asse em forno pré –aquecido por 40 minutos. Sirva depois de frio.

Pão de queijo sem queijo
Ingredientes:

500g de polvilho azedo
1 col (sobremesa) de sal
1 copo de água
½ copo de óleo
3 ovos

Modo de preparo:

Ferva a água com o óleo e o sal. Coloque sobre o polvilho numa tigela (para escaldar o polvilho). Misture bem e acrescente os ovos. Bata vigorosamente, até que a massa fique homogênea. Faça as bolinhas e coloque em uma assadeira grande, não untada. Leve ao forno quente por cerca de 30 a 40 minutos.

Obs: Alguns polvilhos pedem menor quantidade de água, para dar o ponto de enrolar. Se a receita ficar muito liquida, pingue a massa em forminhas de metal.