
Na última segunda -feira, 26 de Abril foi o dia de Prevenção a Hipertensão.
Um indivíduo é considerado hipertenso quando apresenta níveis de pressão arterial igual ou superior a 14/90 mmHg. O nível de pressão considerado como ótimo é de 12/80 mmHg.
A Hipertensão Arterial Sistêmica é a mais frequente das doenças cardiovasculares, sendo um fator de risco independente para o desenvolvimento de doenças do coração. É também o principal fator de risco para as complicações mais comuns, como acidente vascular cerebral (AVC) e infarto agudo do miocárdio, além da doença renal crônica.
A Hipertensão é responsável por 40% das mortes por AVC, 25% das mortes por doença arterial coronariana e, em combinação com o diabetes, 50% dos casos de insuficiência renal terminal.
No Brasil, cerca de 17 milhões de pessoas têm Hipertensão, o que representa 35% da população com mais de 40 anos. No entanto, este número é crescente.
O aparecimento da Hipertensão está cada vez mais precoce. Estima-se que cerca de 4% das crianças e adolescentes também apresentem Hipertensão.
A hipertensão é uma doença silenciosa, aparecendo os sinais e sintomas depois de muito tempo em que a pessoa já está com hipertensão.
Os fatores que levam ao desenvolvimento da hipertensão são relacionados ao estilo de vida e podem ser modificados.
Fatores de risco para o desenvolvimento de hipertensão:
- idade: a pressão arterial aumenta com a idade;
- tabagismo
- fatores socioeconômicos: nível socioeconômico mais baixo está associado a maior prevalência de hipertensão arterial e de fatores de risco para elevação da pressão arterial. Hábitos dietéticos, incluindo consumo de sal e ingestão de álcool, IMC aumentado, estresse e menor acesso aos cuidados de saúde e nível educacional são possíveis fatores associados.
- sal: o excesso de consumo de sódio contribui para a ocorrência de hipertensão arterial.
- obesidade: o excesso de peso é um fator que predispõe para o desenvolvimento de hipertensão, podendo ser responsável por 20 a 30% dos casos. 75% dos homens e 65% das mulheres apresentam hipertensão ligada ao sobrepeso ou obesidade.
- álcool: o consumo elevado de bebidas alcoólicas, como vinho, cerveja e destilados aumenta a pressão arterial. Alguns estudos científicos mostram que o consumo de bebida alcoólica fora de refeições aumenta o risco de hipertensão, independente da quantidade de álcool consumida.
- sedentarismo: indivíduos sedentários apresentam risco aproximado 30% maior de desenvolver hipertensão do que indivíduos ativos.
A adoção de um estilo de vida saudável é fundamental para o tratamento da hipertensão. Os principais fatores ambientais modificáveis da hipertensão arterial são os hábitos alimentares inadequados, com ingestão excessiva de sal e baixo consumo de vegetais, sedentarismo, obesidade e consumo exagerado de álcool, podendo-se obter redução dos níveis da pressão arterial e diminuição do risco cardiovasculares controlando esses fatores.
Dicas para prevenir o desenvolvimento da hipertensão:
- controlar o peso. Em pacientes obesos ou com excesso de peso, uma redução de 5 a 10% do peso atual já melhora os níveis de pressão. A perda de peso melhora a hipertensão arterial, portanto, sempre que possível, substitua as gorduras animais por óleos vegetais, diminua o consumo de açúcares e dê preferência aos alimentos ricos em fibras, como frutas, verduras, legumes, pães e farinhas integrais.
- diminuir o consumo de sal: o recomendando é que se consuma no máximo 6g de sal por dia, no entanto, a média de consumo de sal do brasileiro é de 10 a 12g/dia. A recomendação de ingestão diária de sal de 6g/dia equivale a 2 g que estão presentes nos alimentos e as outras 4g equivalem a 4 colheres de café rasas de sal, distribuídas no preparo das refeições.
Através de algumas medidas simples é possível reduzir o consumo de sal:
Você deve evitar ou reduzir ao máximo o consumo de alimentos ricos em sódio, pois eles podem fazer a sua pressão arterial subir. Evite:
- Temperos e molhos: temperos prontos que contenham sal, como caldos de carne, mostarda, catchup, molho inglês, molho de soja, e sopas prontas;
- Carnes e peixes salgados, como carne seca, costela, toucinho, bacon, bacalhau, arenque;
- Frios e embutidos: linguiças, salsichas, salames, mortadela, presunto;
- Alguns queijos, como prato, muzzarela, provolone, parmesão, requeijão;
- Carnes industrializadas: hambúrguer, quibe, almôndegas, nuggets, etc;
- Enlatados e conservas como, azeitona, milho, ervilha, palmito, aspargos, cogumelos, picles, extrato de tomate, sardinha, atum, pastas e patês;
- Salgadinhos: batatas chips, amendoim, castanhas salgadas, pipoca com sal;
- Algumas bebidas, como bebidas alcoólicas, refrigerantes, água com gás e café.
- Na hora de arrumar a mesa para o almoço ou o jantar, não coloque o saleiro na mesa. Essa prática simples vai evitar que você coloque sal por cima dos alimentos que já foram cozidos com sal, evitando excessos.
Cozinhe os alimentos com o mínimo de sal possível. Escolha uma das preparações (carne, por exemplo) e prepare apenas esta com sal. Na hora de servir seu prato, você pode distribuir por cima dele 1g de sal, mas não ultrapasse essa quantidade.
O simples ato de reduzir o consumo de sal pode diminuir os níveis de pressão arterial em até 20%
Você pode utilizar ervas como tempero para dar mais sabor a sua refeição. Utilize manjericão, manjerona, orégano, salsa, tempero verde.
Alimentos ricos em cálcio ajudam a regularizar a pressão arterial. Consuma: leites magros, iogurtes sem gordura e queijos brancos, além de vegetais verdes escuros, como couve, brócolis, etc.
Alimentos ricos em potássio também contribuem para melhorar os níveis de pressão arterial. Consuma: amora, abacate, banana, melão, maracujá, grãos e cereais integrais, feijão, grão de bico, ervilha fresca e seca, aveia, gérmen de trigo, beterraba, batata, rabanete, cenoura, cará, salsa, almeirão, couve, chicória, espinafre.
Você pode utilizar ervas como tempero para dar mais sabor a sua refeição. Utilize manjericão, manjerona, orégano, salsa, tempero verde.
Fonte: V Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, São Paulo, 13 de fevereiro de 2006.
Caderno de Atenção Básica - Hipertensão. Ministério da Saúde, 2006